sábado, 18 de junho de 2011

depoimento de sobreviventes da 2ª guerra mundial

"No momento em que se abriu a última vala, reconheci toda a minha família. Mamãe e minhas irmãs. Três irmãs com seus filhos. Elas estavam todas lá. (...) Quanto mais se cavava para o fundo, mais os corpos estavam achatados, era praticamente uma pasta achatada. Quando se tentava segurar o corpo, ele esfarelava completamente, era impossível pegá-lo. Quando nos forçaram a abrir as valas, proibiram-nos de utilizar instrumentos, disseram-nos: É preciso que se habituem a isso; trabalhem com as mãos (...) Os alemães haviam até acrescentado que era proibido empregar a palavra morte ou a palavra vítima, porque aquilo era exatamente como um cepo de madeira, aquilo não tinha absolutamente nenhuma importância, não era nada.
Motke Zaidl e Itzhak Dugin, sobreviventes dos campos nazistas




"Em Treblinka nessa época funcionava a plena força. Estávamos então começando a esvaziar o "gueto" de Varsóvia. Em dois dias, chegaram cerca de três trens (...) Chegaram a Treblinka cinco mil judeus, e entre eles havia três mil mortos (...) Eles haviam aberto as veias, ou estavam mortos, assim... Descarregamos semimortos e semiloucos. (...) Nós os amontoamos. Era milhares de humanos empilhados uns sobre os outros. Empilhados como madeira. Mas também outros judeus, vivos, esperavam ali há dois dias, pois as pequenas câmaras de gás já não eram suficientes. Funcionavam dia e noite, naquele tempo."
Simon Srebnik, soldado alemão

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